Bobbit, em The curriculum, 1918, defende a escola como empresa, o mesmo acontece em Portugal, nos dias de hoje. Eficiência é a palavra chave. O currículo é uma mecânica, baseado em organização. Segundo Bobbit, “a educação, tal como a fábrica de aço, é um processo de moldagem”. Também, no sistem educativo actual é necessário moldar os estudantes para a sociedade de informação em que irão trabalhar.
O Magalhães massifica o computador portátil por aluno. O quadro interactivo na sala de aula muda tudo. Estamos a criar gerações de produtividade e competitividade a nível mundial. O paradigma professor-aluno tem de mudar porque os alunos estão habituados a estarem ligados. A nível de literacia digital, os professores têm de competir com os alunos. Temos de nos adaptar à nova tecnologia do século XXI. As plataformas de e-learning irão ajudar o processo de ensino-aprendizagem com o ensino a distância. Daqui a três anos, poderemos vir a ter um aluno com computador para cada mil habitantes.
As teorias tradicionais concentravam-se nas formas de organização e elaboração do Currículo. Para as teorias críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.
A escola actua ideologicamente através do seu currículo. Althusser enfatizava o papel do conteúdo das matérias escolares na transmissão da ideologia capitalista. A escola privilegia a reprodução da cultura social dominante: os seus valores, os seus gostos, os seus costumes, os seus hábitos, os seus modos de se comportar, de agir. Bourdieu e Passeron em A Reprodução, 1970, criticam esta perspectiva. Os problemas sociais dos alunos e da escola são esquecidos, exige-se que todos os alunos atinjam as mesmas competências, não tendo em consideração a realidade social: escolas degradadas, equipamentos obsoletos, abandono escolar, má alimentação, violência no recinto escolar. Será que o Plano Tecnológico terá em consideração estas diferenças sociais?
Aspectos positivos e negativos do PTE – Plano Tecnológico
Numa perspectiva curricular tradicional, o plano tecnológico centra-se na modernização, inovação e qualificação, pretendendo preparar os alunos para o mundo do trabalho da Sociedade de Informação que irão enfrentar quando sairem da escola. É direccional, instrumento de Estado, com metas bem definidas, dando as mesmas oportunidades a todos os alunos, independentemente da classe social a que pertencem ou da escola que frequentam. Do ponto de vista das TIC, pretende equipar as escolas com computadores, projectores, quadros interactivos, Internet de banda larga, cartão electrónico e computador portátil para o aluno e fomenta a integração e utilização das TIC, no processo de ensino-aprendizagem e na gestão escolar.
Mas nem tudo são rosas, pois a sua implementação em certas escolas não vai ser fácil, devido a resistências de ordem social, política e económica. Se há computadores, não há professores treinados para trabalhar com eles. Se há computadores e professores, não há alunos. Mesmo havendo professores motivados e capazes de usarem as novas tecnologias, estas não estão integradas no currículo das disciplinas. Se por um lado, os computadores vêm simplificar algumas tarefas, por outro lado, a burocracia é tanta que ainda se perde mais tempo e gasta-se mais papel. Também, a má utilização da tecnologia na sala de aula pode causar indisciplina e provocar atitudes não desejáveis. Oa alunos vêem os computadores como diversão e não como instrumento de trabalho, o mesmo acontecendo com alguns professores do currículo tradicional que querem dar a sua aula, escrever no quadro e não permitem a interactividade dos alunos porque pode causar barulho, indisciplina e pôr a autoridade e o papel do professor em causa.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
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